Uma campanha realizada por uma empresa de cosméticos tem repercutido e gerado polêmica nas redes sociais. Isso porque a Jendayi Cosméticos postou em suas páginas no Facebook e no Instagram uma ação, chamada por eles de “ensaio protesto”, em que modelos foram fotografados sujos de lama, “interpretando” as vítimas da tragédia em Brumadinho, Minas Gerais que acarretou em várias mortes e pessoas desaparecidas.
Na página da empresa no Facebook, acompanhado de uma imagem onde aparece um homem, uma mulher e uma criança cheios de lama, a Jendayi explica o objetivo da campanha:
“Mostrar que existe uma marca de cosméticos que se preocupa com a beleza. A beleza da vida. Nossos cosméticos embelezam os cabelos, mas nossas atitudes podem deixar um sorriso, um olhar, uma familia, um sonho… mais iluminado e bonito. Nossa empresa está nesta luta”, consta de um trecho do texto.
Na conta do Instagram da empresa, stories foram postados com os bastidores da produção da campanha. Em um dos registros, inclusive, a modelo passa lama pelo próprio corpo, antes de ser fotografada.
As postagens foram feitas no fim da noite deste domingo. Nos comentários, internautas criticaram a iniciativa tanto na página da empresa no Facebook e também em publicações no Twitter.
“Coragem, viu! Porque vergonha vocês não tem”, “Não conhecia a marca, nem quero conhecer. Bom senso Zero”, “Não conheço a marca e fico aqui me perguntando se não teve um vivente com bom senso para dizer ‘gente, isso não é certo'”, “Muito mal gosto”, “Que coisa deprimente”, “Não estou acreditando”. eram alguns dos comentários.
A publicação com a imagem dos modelos sujos de lama rendeu muitas impressões — a maioria delas com comentários negativos.
Nossa reportagem entrou em contato com a empresa para um pronunciamento sobre a campanha. Em resposta nos foi enviado um comunicado em que “pede desculpas pela má repercussão” da campanha.
No texto, a empresa de cosméticos diz que em “nenhum momento” teve a intenção de “ofender as vítimas do crime ambiental em Brumadinho”. E que “as fotos tinham a intenção de protestar e jamais de se aproveitar da situação”.
“Reiteramos nossos pedidos de desculpas as vítimas e a sociedade em geral por nossa campanha mal elaborada”, consta ainda de um trecho do texto.