Descoberta aos 14 anos, em 1988, enquanto acompanhava o pai em uma viagem para Nova York, Moss foi uma aposta da agente de modelos Sarah Douglas, em um novo tipo de beleza. Era a era de ouro das supermodelos, em um fenômeno definido por nomes como Cindy Crawford, Naomi Campbell, Linda Evangelista e Claudia Schiffer. Ela chegou timidamente na indústria, sem saber que em pouco tempo seria como um furacão mudando os ventos.
Apenas dois anos depois de seu primeiro contrato, entre trabalhos menores, surgiu a grande primeira chance na elite da moda: Moss foi capa da edição dezembro da Harper’s Bazaar americana, onde os editores se apaixonaram pela new face. No livro “Modelo: o mundo feio das mulheres bonitas” a ex-diretora de castings de Bazaar, Sara Foley Anderson relembra: “Achávamos que os modelos e a moda precisavam ser mais suaves, com menos complicações e mais abertura do que nos anos 80. Kate foi a precursora desse movimento.” E a cada mês a aura cool da modelo ganhava mais páginas em Bazaar.
Foi entre um desses shootings para a publicação que Moss teve seu primeiro contato com o lendário fotógrafo Patrick Demarchelier, que após mais uma capa de sucesso, sugeriu a britânica como o rosto da lendária – e polêmica – campanha de Calvin Klein, ao lado do ator Mark Wahlberg, onde aparecem usando apenas uma calça jeans. A desenvoltura da new face e a beleza despretensiosa sem grandes produções atraiu todos os olhares, e o resto é história: o sucesso estrondoso da campanha foi tão grande que resultou em uma nova e polêmica era da moda nos anos 90, a heroin chic, onde a estética extremamente magra com ares de grunge ditaram passarelas e o visual de desejo da década.
O sucesso dela não parou nos editoriais das revistas de moda, como seria o esperado para uma modelo de sua altura. A britânica possui apenas 1,70m e mesmo assim, seu catwalk cheio de atitude ganhou as passarelas e, sendo um show à parte, virou objeto de disputa entre as grifes, o que lhe rendeu um lugar no pódio entre as modelos mais bem pagas do mundo.
A vida pessoal da supermodelo também sempre atraiu cliques e foi constantemente documentada pelos tabloides. Dona de um estilo único em uma época que todas tentavam ser clássicas, Moss era rock n’roll com looks lembrados até hoje e sua aura inegável de party girl. Como se esquecer de seu icônico vestido transparente? Ou da sua estética model off duty com seu messy hair, jeans, regata e uma peça pra lá de exclusiva para acompanhar, que até hoje é trend? Seus romances, como com o ator Johnny Deep (que se tornara o it casal dos anos 90), e flagras em momentos delicados também lhe renderam as capas de jornais.
Atualmente, Moss é dona da Cosmoss, marca de wellness e também atua atrás das câmeras, à frente da Kate Moss Agency, onde representa artistas e modelos. Entre elas, sua filha Lila Moss, que segue os passos de sucesso da mãe e é figurinha carimbada nas principais semanas de moda do mundo e rosto de marcas como Chloé e Versace.